Após todos estes anos trabalhando com a fotografia, cheguei a conclusão que a fotografia conecta, transporta, expressa e eterniza. A fotografia nos informa, inspira e surpreende. A fotografia compartilha e congela o tempo. A fotografia conta histórias. A fotografia cria consciência, traz alegria e esperança. A fotografia nos ensina a história que já foi documentada, porém segue engavetada. A fotografia também pode ser educação e, muitas vezes, a verdade.
Já que estamos falando de fotografia, decidi falar também sobre o Instagram. 8 de julho de 2012, a data da minha primeira publicação no Instagram. Hoje, considerado um dos aplicativos mais influentes das redes sociais. Depois de 11 anos e mais de 4000 postagens, nunca pensei que conseguiria alcançar tudo que alcancei até hoje. Durante os últimos 11 anos postando no Instagram, aprendi não apenas sobre fotografia e seu potencial de influenciar o mundo, mas também sobre sua magia e sua singularidade como forma de arte. O Instagram também me ensinou sobre a vida.
No Instagram eu analiso, pesquiso e aprendo sobre os conteúdos que sigo. Eu me conecto e me envolvo, eu estudo. Os que acompanham meu trabalho no Instagram, podem notar que meu perfil era o @nabilsami9. Depois de mais de uma década, decidi dar um passo adiante e gostaria de introduzir o novo nome para o perfil: @nabilsamiphotography. É o mesmo perfil, a mesma pessoa por trás das fotos - eu -, mas com uma mentalidade diferente sobre como usar esse recurso diferenciado para fotógrafos. Hoje começa um novo capítulo para mim como fotojornalista. É um espaço virtual para informar, compartilhar e tentar embelezar e de alguma forma impactar a página dos que me seguem.
Há alguns anos, escrevi um artigo descrevendo as redes sociais como uma das potências mundiais da atualidade. As pessoas usam, seguem e confiam na mídia sem questioná-la, embora devessem. Decidi formalizar esse espaço virtual que tanto uso, com a esperança que me ajude a conectar as fotos que capturo com o resto do mundo. Quero que essas fotos sejam janelas para as casas das pessoas, que sejam memórias de lugares antes visitados fixadas em suas paredes, quero que essas mesmas paredes ganhem cores mesmo quando a foto for preta e branca. Quero que isso, que hoje é meu, também seja seu.
A seguir, compartilharei um pouco da minha história e do caminho que percorri que tornaram possível a criação do @nabilsamiphotography.
É uma reflexão pessoal que vai além do Nabil Sami fotógrafo.
ESTE SOU EU
Conhecido desde o ensino médio por carregar uma câmera fotográfica para cima e para baixo, para documentar tudo ao meu redor. Essa reflexão me faz lembrar das palavras de Susan Sontag, escritora e crítica de arte, em seu livro “Sobre fotografia". Ela escreve o seguinte:
“Colecionar fotos é colecionar o mundo".
Então, acho correto afirmar que nós, fotógrafos, podemos ser chamados de colecionadores do mundo. Ou melhor, todos nós habitantes da Terra somos colecionadores do mundo.
Logo, foi isso que decidi fazer: colecionar o mundo.
Hoje, depois de 31 anos de vida, depois de visitar 24 países e ter morado em cinco deles, com duas exposições e um livro publicado: ESTE SOU EU. Alguém apaixonado pelo mundo das artes, sempre buscando a perfeição e sempre atraído pela beleza da vida. Observo profundamente cada detalhe à minha frente. Os erros, as conquistas e o que pode ser melhorado. As cores e as dimensões dos lugares que visito. A diversidade e a unidade das pessoas do mundo em que vivemos. Assim, sem saber, há muito tempo venho colecionando tudo o que está ao meu redor, tudo que eu vejo no meu caminho da vida.
A simplicidade de um local e o luxo de uma cultura. Colecionei olhares profundos. Olhos azuis e castanhos. Cabelos crespos e lisos. Colecionei o negro e o branco. A mulher e o homem. Colecionei fotografias de crianças, jovens, adultos e idosos. Passei por lugares que me permitiram colecionar a essência de diversas religiões. Colecionei um pouco do Oriente e do Ocidente, do Sul e do Norte, colecionei momentos de alegrias e tristezas.
Enquanto refletia sobre o "Este sou eu", uma conversa que tive em Israel há alguns anos, no meio da pandemia, com um amigo me veio à mente. Ele perguntou: Como você quer ser lembrado neste mundo?
Decidi estudar Jornalismo ainda aos 17 anos. Escolhi uma carreira que me daria a oportunidade de conhecer novas pessoas e contar suas histórias. Eu seria capaz de dar voz àqueles que não têm neste mundo tão injusto. Eu me comunicaria com o mundo, enfrentaria desafios e, é claro, sairia da minha zona de conforto para ver a beleza em todos os aspectos da vida. Quando mergulhei nesse mundo da fotografia, tudo o que eu esperava era buscar a verdade e observar o mundo para que, através das lentes da minha câmera e o uso do poder das palavras, eu pudesse documentar a realidade, dando ao mundo uma ideia do que a humanidade está buscando e trazendo à tona algumas realidades difíceis que estão ocorrendo na sociedade. Este sou eu.
Durante a pandemia, embora meu trabalho não fosse relacionado à fotografia, fiz o possível para não parar de publicar fotos no meu Instagram e de vez em quando publicar artigos fotográficos no meu site. Não porque eu quisesse que meu trabalho fosse amplamente divulgado durante aquele tempo, mas foi durante esse período que recebi mensagens de pessoas que nunca conheci na vida dizendo que minhas fotos lhes trouxeram conforto durante a pandemia, que lhes trouxeram alegria e calma durante aquele período de incerteza e agonia. Durante aquele tempo em que as notícias cobriam mortes e injustiça eu buscava, por meio das minhas fotos, refletir a paz do mundo em que vivíamos.
Foi quando percebi que sou apenas um mero instrumento. Meus olhos e, por extensão, minha câmera são usados para capturar o que os outros precisam ver. A verdade é que a maioria das pessoas que seguem meu trabalho não sabem quem eu sou, mas saber que minhas fotos ajudam a promover uma mudança me dá propósito na vida. E é assim que quero ser lembrado neste mundo. A maioria das minhas fotos hoje são de natureza, paisagens e, quando a oportunidade vem, retratos. É dessa forma que mostro a beleza da diversidade desse mundo em que vivemos.
Este sou eu. Nabil Sami Silva. Mas eu uso Nabil Sami como meu nome "artístico". A verdade é que, se você ainda está lendo isto, é muito provável que já me conheça. Mas caso nunca tenhamos nos conhecido pessoalmente, agradeço por estar aqui lendo e de alguma forma conectando a minha fotografia com a sua vida.
Depois de me formar no ensino médio, o mundo se tornou a minha casa. É claro que a adaptação a novos lugares e culturas pode ser desafiadora, mas onde quer que eu esteja, procuro ser criativo e sempre encontrar uma maneira de servir à humanidade, assumindo os riscos de usar esse ser interior criativo para acrescentar algo a qualquer lugar que eu vá, a qualquer coisa que eu faça e a quem quer que eu conheça. Escolhi o jornalismo por causa da maneira como as imagens falam comigo. Embora elas tenham uma maneira silenciosa de se comunicar, sempre senti que falávamos o mesmo idioma. Como Minor White, fotógrafo e professor americano, escreveu certa vez: "A fotografia é um idioma mais universal do que as palavras". Portanto, não importa meu lugar, sempre encontrarei uma maneira de me comunicar com os outros. Usando minha criatividade e minha fotografia.
Onde quer que eu esteja, sinto essa conexão entre o operador (fotógrafo) e o referente (pessoa que está sendo fotografada). Independentemente dos preconceitos que eu possa ter latentes em mim, sempre me esforço para deixá-los de lado e apreciar as pessoas e sua singularidade, tento ver a realidade interior de cada ser humano, sua essência divina, sua alma, algo que nossos olhos materiais e limitados têm dificuldade de entender, algo que só podemos sentir.
A foto do começo deste post também fala mais alto do que as palavras podem descrever. A essa altura, você já sabe que sou apaixonado por documentar o mundo ao meu redor. Sempre uso as fotos para conversar com as pessoas, para mostrar aos outros o que eles não conseguem ver. E, ultimamente, estou tentando usar fotos para conectar as pessoas umas com as outras. Este sou eu. Um instrumento para documentar a beleza deste mundo afora, um instrumento para documentar a verdade. Pode ser uma paisagem, um retrato, uma arquitetura... e a lista continua. Foi isso que fez a @nabilsamiphotography passar de uma ideia para a realidade. A arte de ser criativo, a arte de fotografar, a arte de dar vida às imagens, a arte de pintar com luz. A arte de contar histórias visualmente. A página @nabilsamiphotography não é apenas uma conta do Instagram, ela será muito mais do que isso.
Hoje começa um novo capítulo, a maneira como usarei o Instagram mudará um pouco. Estou feliz que @nabilsamiphotography trará novos horizontes, novas oportunidades. Abrirá novas portas e janelas. @nabilsamiphotography não pertence somente a mim. É um espaço de todos! Será um espaço para aprender e ensinar, para conectar, compartilhar e explorar. Um espaço em que a fotografia não vai ser somente observada, a fotografia vai ser discutida. @nabilsamiphotography - Este sou eu!